
Tô indo embora do Brasil
O tempo está voando na mesma intensidade que o dólar está subindo. Isso é apavorante! Hoje me surpreendi com a notícia de que faltam 50 dias para eu ter uma das experiências mais incríveis e enriquecedoras da minha vida. Em 50 dias partirei em direção a Toronto, no Canadá, para fazer um intercâmbio. Que louco! Nem eu mesma acredito. Tudo aconteceu tão rápido, tão intenso e como tinha que ser.

Desde guria eu sou encantadinha com o Canadá. Simple Plan, Avril Lavigne e Céline Dion. Preciso falar mais alguma coisa? Pode rir, eu deixo. Eu era super fã de Simple Plan e já me arrisquei a ter uma franja de emo. Acredite ou não, mas até em show eu já fui (e se tivesse a oportunidade, iria de novo). Enfim, como toda fã, queria conhecer o país dos meus ídolos, casar com eles e ter 7 filhos. Brincadeiras a parte, a música, de uma forma geral, sempre me fez ter vontade de desbravar o 2º maior país do mundo.
Mas eu não queria ir para passear, queria morar. Tudo começou quando eu tinha 15 anos e lia livros em que as meninas com a minha idade viajavam para fazer o ensino médio fora do país. O famoso high school. Sempre me imaginei tendo essa mesma experiência, mas obviamente isso nunca aconteceria comigo. Não aconteceria por falta de condições financeiras. Não aconteceria e não aconteceu. A vida seguiu e eu entendi que frustrações fazem parte da vida.
Saí da escola, entrei na faculdade, cursei jornalismo e fui para a vida real. Não existe nada mais incrível do que trabalhar e ter dinheiro. Mas o dinheiro que ‘sobra’ é igualmente proporcional ao tempo que falta. Ninguém que é um adulto, trabalhador e assalariado tem mais de 30 dias para viajar. Time is money! Ou seja, um intercâmbio estava fora de cogitação até que comecei a cursar pós-graduação em Jornalismo Digital e Produção Multimídia e o coordenador do curso nos avisou que poderíamos cursar algumas disciplinas de um mestrado em Marketing Relacional em Portugal. Uau! No início fiquei meio receosa, mas decidi ir de última hora. Era apenas um mês de aulas e eu poderia viajar nas minhas férias. Aceitei e viajei com os meus amigos. Essa foi a melhor decisão do meu ano de 2016. Foi uma das experiências mais incríveis da minha vida, mas passou tão rápido! Quando pisquei já estava na hora de voltar para casa. Ah, se eu tivesse mais tempo…
Tempo, tempo, tempo, tempo…
A vida prosseguiu naquele ritmo normal. Trabalho, família, amigos e namoro. De repente, meu namoro acabou. Ok, a vida seguiu. Trabalho, família e amigos. Até que um dia eu saí do trabalho. Assim, do nada, e sem explicação. Quem trabalha com política, como eu, sabe que essas coisas acontecem. Ok. Agora eu não tinha mais trabalho e nem namorado. Estava com tempo sobrando. Muito tempo! E tinha dinheiro. Não muito dinheiro, infelizmente. Mas dinheiro! O que eu iria fazer com o dinheiro que recebi ao sair do trabalho? Ótima pergunta! Não queria gastá-lo com futilidades. Deixei guardado e a vida seguiu mais uma vez.
Comecei a trabalhar como freelancer numa campanha eleitoral. Era por um período curto de três meses e eu ganharia mais uma graninha. Numa tarde qualquer dos últimos meses parei e pensei: “vou fazer um intercâmbio”. Do nada. Comecei a pesquisar, fiz orçamentos e em 16 de maio fui até uma agência, assinei o contrato e paguei. Lembro que comentei com a minha família que faria um intercâmbio. “Aham, Patrícia. Tá bom”. Não me levaram a sério e, foi aí, que mostrei o contrato assinado e o curso pago. Todo mundo ficou em choque. Quando coloco uma coisa na cabeça vou até o fim com ela. Eu dou um jeito de fazer acontecer. Acho que essa é uma das minhas principais qualidades.
Enfim, continuo no trabalho como freelancer e ficarei por aqui até embarcar. Entre o dia da decisão e o dia de hoje se passaram três meses e daqui a 50 dias eu estou indo embora. Dessa vez, para passar bem mais de um mês. Poderei viver, finalmente, no Canadá.
Ainda tenho muita coisa para contar sobre emissão de visto, roupas, malas e a preparação da saúde. Fique ligado e viaje comigo no Detalhes Diários!

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