DEVANEIOS

Ano novo: beijo à meia noite

Ah, o beijo à meia-noite no réveillon! Que coisa mais romântica! Será?

Em 30 anos de idade, passei sete anos acompanhada. Namorando. Três pessoas diferentes. 

Todos os anos eu esperava que algo de mágico acontecesse e que eu tivesse A noite da minha vida. 

Que eu tivesse borboletas no estômago, que eu ficasse na ponta dos pés, sorrisse de orelha a orelha, jurasse amor eterno e desse o grandiosíssimo beijo à meia-noite. O mais apaixonante dos beijos. E no meio dos fogos. 

Sempre que criei expectativas, me frustrei. Nunca tive nada disso. Já passei o ano-novo com o namorado de cara feia no sofá da casa da minha tia, dentro do carro presa no engarrafamento, numa casa de amigos dele que mal falavam comigo, quebrando o pau numa festa em que ele me levou pra passar com a ex-ficante dele, uma vez cada um estava em um país diferente sem direito nem a ligação e , por fim, brigados. Sem ver a cara um do outro por uma semana. Sem ele ter cogitado sequer me dar um beijo rápido no dia 31 ou 1. Nunca tive a minha foto de réveillon. Com nenhum dos três. 

Sabe o que eu aprendi com tudo isso? Que não posso esperar nada de ninguém, que não devo criar expectativas porque elas sempre vão ser frustradas.  E que, infelizmente, nunca namorei com nenhum cara romântico ou que fizesse questão de ter uma noite especial ao meu lado. 

Portanto, o aprendizado número um do ano sempre vai ser: nunca dependa de ninguém e nunca faça planos com ninguém. Por mais que você goste da pessoa e espera que ela sinta o mesmo por você, ela vai te frustrar. Todo ano repito isso como um mantra, mas meu coração bobo se esquece quando chega o fim de dezembro. Será que existe realmente algum casal feliz no ano novo? Não sei, talvez um dia eu saiba como é… 

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