Viagem

Mochilão – Foz do Iguaçu, Argentina e Paraguai (Parte 3)


TERCEIRO DIA – 10/04
O dia já começou com um rolo danado. As meninas (Inglaterra e Chile) do quarto perguntaram para onde eu iria. Disse: Cataratas do Lado Argentino. Elas: Mas você vai com o pessoal do hostel? (O hostel cobra R$40 para levar os hóspedes até as Cataratas. Quem vai com eles é obrigado a ficar o dia todo no parque.) Respondi que não iria porque eu gostaria de conhecer a cidade e ir ao bar de gelo. Elas responderam: “Ok. Vamos com você”. Fui à padaria como de costume tomar café da manhã e voltei para o albergue para chamar as gurias. Elas estavam conversando com o dono do albergue e falando que iriam comigo. Pra que? Eu também queria saber. Daí ele fez o papel dele. Jogou um papo para cima delas, falou que era mais seguro e tranquilo ir com o transfer e blábláblá. No final das contas elas desistiram de ir comigo e ainda me atrasaram.
Fui à casa de câmbio porque não tinha conseguido trocar o dinheiro aqui em Brasília. Lá nas Cataratas Argentinas eles só aceitam peso. Então, você é obrigado a comprar. A cotação estava boa, R$0,29 equivalia a 1 peso argentino. Comprei R$50. Façam as contas aí. Pensei em comprar o dólar também, mas a cotação estava R$2,16. Me falaram que no Paraguai estava R$2,10, então nem comprei. Depois de comprar os pesos, fui para o TTU pegar o ônibus. Demorou um pouco porque eu já havia perdido o primeiro, graças às meninas. Meia hora depois o ônibus chegou. O itinerário é escrito ARGENTINA e custa R$4 ou AR$8. Paguei com real porque só tinha trocado os pesos para pagar a entrada no parque mesmo.
Sobre o ônibus, limpo, confortável e com ar condicionado. O motorista é motorista/cobrador. Quando você paga, ele te dá um ticket que comprava que você pagou. É sempre assim em ônibus internacionais lá.
ADUANA ARGENTINA
O ônibus para na aduana, todo mundo desce e forma uma fila. Daí um por um vai nos guichês. Para entrar na Argentina, brasileiro só precisa mostrar a carteira de identidade, mas quem quiser o selinho, leve o passaporte. Lá eles digitalizam sua identidade e nem perguntam o que você vai fazer na Argentina. É muito rápido. Todo mundo volta para o ônibus e a viagem segue.
Tinha outras pessoas que estavam indo para as Cataratas, daí um menino brasileiro que mora em Puerto Iguazu (Missiones/ Argentina), nos falou onde descer. Descemos em frente a um shopping chamado Punto Iguazu. Você tem que atravessar a pista para pegar outro ônibus. Há alguns transportes piratas que cobram o mesmo preço que o ônibus, mas não me senti segura para pegar. O ônibus demorou um pouco. É daqueles ônibus interestaduais que temos por aqui. Bem confortáveis. A passagem custa R$15 ou AR$30. Eu não tinha real trocado e não queria gastar os pesos do Parque. Nessa hora me arrependi por não ter comprado mais pesos. Paguei passagem com uma nota de R$100. Pensei que o motorista iria me matar, mas ele foi muito tranquilo. Só conseguiu me dar o troco (em pesos) quando chegamos ao Parque. São 30 minutos de percurso. Nessa brincadeira aí de ônibus perdi uma grana. Porque a conversão foi R$1 para AR$2. Dica: sempre comprem mais pesos nas casas de câmbio.
Paguei o ingresso para membros do MERCOSUL que é AR$130. Assim que você entra, deve ir para a Estación Central e pegar um trem para Estación Cataratas. Desce lá e espera o próximo trem para Estación Garganta Del Diablo. Nesse Estación Cataratas tem várias trilhas para se fazer e o Gran Aventura (igual nosso Macuco Safari, mas mais radical e mais barato). Como meus joelhos não estão lá essa delícia toda, preferi não fazer as trilhas. Então, esperei o trem para a Garganta. O que mais demora é esperar os trens porque o trajeto mesmo é rápido. São uns 7 minutos. No trem fui sentada com umas senhoras de Rosário, Argentina, que estavam falando que já tinham ido à Salvador e que lá é lindo. Quando eu disse que morava em Brasília, uma delas logo disse: “Capital Federal, cidade moderna, Oscar Niemeyer.”. Fiquei feliz! Mico do trem: toda hora alguém falava “Mira! Mira! Mira!” e eu pensando: “quem diabos é essa Mira? Por que ela não responde logo?” Só depois fui me tocar que ‘mira’ é ‘olha’. Haha

Chegamos a Estación Garganta Del Diablo. Dica: leve água de casa, protetor solar e repelente. 

Tudo lá é muito caro. Para se ter uma ideia, um salgadinho lá custa $15 e um picolé $7. Para chegar na Garganta, você anda por uma espécie de ponte. São 1,5km de caminhada por cima do Rio. No final, você vê a coisa mais linda do planeta. A Garganta Del Diablo. Parece um buraco negro, só que é branco. 😉 Você não consegue ver para onde a água vai. A paisagem fica com uma neblina. E esse tanto de água é muito perto, você se molha todo. Por várias vezes, você precisa secar a câmera fotográfica e o celular. No lado brasileiro você consegue ver tudo. É amplo. No lado argentino, você sente a natureza, uma força superior. Não sei explicar. Achei muito mais bonito do que o lado brasileiro. Lá tem fotógrafos profissionais que cobram R$25 por cada foto.

Voltei pelo mesmo caminho, esperei os trens e consegui sair do parque. Na porta, passa o ônibus para rodoviária de Pueto Iguazu. Nesse caso, você não paga a passagem direto no ônibus, e sim numa casinha que tem lá do lado. Mais AR$30.
Cheguei na rodoviária e o que está tocando nos alto-falantes? Luan Santana. Comecei a gargalhar. Ninguém merece. Fui procurar algum lugar para comer porque já eram 14h30. Na rua da rodoviária tem alguns restaurantes. Uns ficam fechados porque os funcionários descansam depois do almoço. Então, não demore muito a ir almoçar.
Não lembro o nome do restaurante que fui, mas comi Parmegiana com fritas. Como entrada eles serviram uma cesta de pães com manteiga e pedi uma água mineral para beber. Não bebo refrigerante. Nossa! Sobre a carne: foi uma das melhores que eu já comi na vida. Hiper macia! A conta deu R$25. Achei muito barato pela qualidade da carne, e sem falar que um restaurante chique. Bati um papo com o garçom. Ele conhecia Brasília \0/
Curiosidade: Eu estava almoçando e assistindo um programa de fofocas. Parece que teve uma confusão no show da Karina. Quem é Karina? Hahaha
Saí do restaurante e voltei para a rodoviária para perguntar se a Feirinha era longe. O taxista queria me cobrar AR$30 para levar lá. Ele disse que era longe, umas 7 quadras. Fiquei com o pé atrás e não quis ir com ele. Saí andando. Seguindo o fluxo. Parei em um centro de informações para turistas. (Lá tem muitos, ainda bem.) O moço me disse que era só ir até o fim da rua e virar a direita. Não deu nem 7 minutos a pé. Fiquei meio chateada com o taxista. Dei uma volta pela feirinha, comprei uma caixa de alfajores por R$12, uma bolsinha de um índio e claro, sentei para apreciar a famosa cerveja Quilmes. Bebi como se não houvesse amanhã. Lá estava muito quente. Um horror de quente. Saí de lá e voltei para a rodoviária. Perguntei para um taxista onde era o bar de gelo. Ele entendeu tudo menos gelo. Kkk Preferi ir a outro centro de informações a turistas. O rapaz me disse que era longe e talz, e que eu deveria pegar o ônibus Cataratas ou táxi, mas que era longe para ir de ônibus. Como eu já estava traumatizada pelo Marco das Três Fronteiras (ler relato 1), preferi pagar o táxi que custou AR$30. 
ICEBAR IGUAZÚ
Que lugar demais! Quando você chega, guarda suas coisas em lockers e veste um casacão e luvas. Os guris – muito bonitos – te explicam que você só pode ficar meia hora porque a temperatura é -10º C. Para você não levar um choque térmico, primeiro você entra num cômodo que está fazendo 7ºC. Fica por lá um tempo até se acostumar e depois entra no bar mesmo. POW! -10ºC. Você só pode tirar uma luva para tirar as fotos. É muito rápido que seus dedos começam a doer de frio. Depois de tirar fotos, algumas pelo fotógrafo gatinho, fui beber. Tinha que honrar os R$40 da entrada. Bebi vários copos de Quilmes. (O copo é de gelo). Depois de 30 minutos, você sai dos -10ºC e vai para os 7ºC. Os guris são super atenciosos e vão lá verificar se você está bem. Saí de lá e fui na sala do fotógrafo. Comprei uma foto por R$15 e ele colocou mais 3 no meu cartão de memória. \0/ Perguntei onde eu poderia pegar um ônibus e ele me mostrou que era em frente ao bar. Lembra que o cara do centro de informações aos turistas disse que você tinha que andar um mundo inteiro? Lorota. A diferença entre perto e longe é engraçada. Peguei um ônibus para a rodoviária que não aceitava reais e eu não tinha mais nada de peso. Já estava preparada para descer do ônibus, sentar no chão e chorar ou pegar um táxi haha, quando um rapaz pagou minha passagem. Custava AR$2. Entreguei para ele R$1. 
Enfim, o motorista só falava espanhol. Perguntei para uma senhora como eu fazia para descer no terminal. Ela se assustou e disse: “Aqui. Corre. Você tem que descer aqui”. Saí correndo igual uma doida, meio tonta por todas as cervejas e perguntando na rua pelo terminal. Algumas pessoas faziam gestos e outras falaram que não entendiam. Haha. Segui o fluxo mais uma vez e cheguei à rodoviária. Já eram 19h e eu peguei o último ônibus (R$4). Por pouco não durmo na rua e na Argentina.
Cheguei no albergue às 19h45 e a Rosana estava meio com raiva de mim porque queria ter ido comigo, sendo que ela falou que não ia. Lembra daquela confusão toda de manhã? Então. Não podia fazer nada. Tomei banho e fui para a pizzaria com Dan (Holanda), Sheena (Inglaterra), Bruna (São Paulo), Rosana 2 (Barcelona) e uma menina com nome difícil de Barcelona também. Como a Bruna não falava espanhol e inglês, eu banquei a tradutora a noite toda. Demos muitas gargalhadas. O Buffet de massas e sorvete custou R$17,90 e a jarra de suco de laranja R$8, dividi com a Bruna, então paguei R$4. Voltamos para o albergue e as meninas da Dinamarca e Alemanha já tinham ido embora.  
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