
Tem gente que cura…
Às vezes me encontrava vagando pelo grande pântano do medo. A escuridão à frente, o chão molhado e os ramos do salgueiro se enroscavam e se misturavam ao meu corpo. Apesar das águas nos pés, a garganta estava seca e o coração acelerado.
A sensação de quase-morte era eminente sempre que o vento chacoalhava os galhos das árvores. Eles subiam e desciam formando uma sinfonia de chicotada na minha cabeça. Volta e meia aparecia um desbravador que tentava me mover, me forçava a sair do lugar, mas o medo me paralisava.
Dois anos depois, ele apareceu. O reflexo do seu sorriso parecia uma lanterna. A calma com que explicava como me livrar das plantas me impulsionaram a me movimentar. Seu olhar me guiando pela estrada era como água para a minha sede. Os ventos continuaram fortes, mas ele me ensinou a desviar e explicou que eram passageiros.
Quando dei por mim, estávamos fora do pântano. Chegamos num lugar iluminado, seco e quentinho. Foi aí que eu percebi que tem gente que acalma e cura. Obrigada por ter sido o meu remédio!

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