
Cadê o meu livro?
É, eu sei. Prometi o livro para julho de 2019. Estamos quase em julho de 2020 e cadê o meu livro? Tá com tempo? Senta, pega uma pipoca que a história é longa.
Para quem é novato nas minhas redes sociais, vou explicar. Comecei a escrever um livro sobre relacionamento abusivo, amor próprio e renascimento. Infelizmente, a história é baseada na minha própria vida. Já passei por poucas e boas durante a minha vida amorosa.
Fiz terapia por alguns anos, consultei com psiquiatra, tive insônia, crise de ansiedade e tomei remédios. Foi um processo muito longo, mas que, no fim, consegui sair vitoriosa.
Comecei a pesquisar sobre o assunto, participei de grupos como MADA (Mulheres que Amam Demais), escrevi uma reportagem enorme sobre o tema e pensei ” vou escrever um livro”. Tudo que aprendi tem que servir de algo. Não quero que mais pessoas passem pelo mesmo.
Comecei a escrever o livro numa pegada mais tragicomédia. Não queria/quero nada como autoajuda. Essa questão vai ficar implicita.
Tá, mas cadê o livro?
Dei início a esse projeto, mas comecei a trabalhar numa eleição no ano passado e fiquei totalmente sem tempo. Eu chegava em casa sem forças para nada. Só queria tomar banho e dormir. Esse período terminou e eu viajei para o Canadá. Lá, dei continuidade à escrita. Consegui avançar bastante, mas cheguei em partes delicadas. Sabem os gatilhos emocionais? Apareceram. E apareceram com força. Foi aí que pausei mais uma vez.
O que são gatilhos emocionais?
Bom, para quem não sabe, os gatilhos – que infelizmente viraram modinha nas redes sociais- são reações emocionais diante de situações negativas que geram e/ou trazem de volta crises de choro, ansiedade, depressão, culpa e vergonha.
Então, escrever sobre o assunto, revisitar essas me lembranças me fizeram sentir tudo de novo. E isso não foi nada bom. Aí eu dei uma pausa no livro de novo e fui viver. Não quis misturar o meu passado com o presente. Mas para vocês terem noção do quanto isso me afetou, conheci um rapaz lá em Toronto, me apaixonei e vivemos um romance.
Quando o conheci contei rapidamente sobre a história e ele disse que eu ainda estava triste, que era notório. Esse meu relacionamento abusivo estava totalmente superado há tempos, mas os gatilhos me fizeram mal. Me fizeram duvidar de mim novamente, deram uma queda na minha autoestima, toda aquela situação ruim de novo. Por isso, que não dei prosseguimento.
Voltei de viagem, o tempo passou e resolvi revisitar a história. Mês que vem o término completará dois anos e senti que era o momento de tirar os esqueletos do armário. Contei rapidamente sobre o namoro nos Stories do Instagram. Até salvei no destaque Relacionamento. Ainda estão lá para quem quiser acessar.
Por que resolvi falar sobre tudo isso?
O assunto do livro voltou a ser questionado no meu Instagram. O que tenho a dizer para vocês é que ele vai sair, mas não vou mais prometer uma data. É possível que outros gatilhos sejam acionados e eu precise de um pausa novamente. Então, vou escrevendo no meu ritmo. Só eu sei o quanto é ruim lembrar de agressão, se sentir culpada e se questionar novamente. Sei que tudo isso faz parte do processo, mas nessas horas eu preciso respirar, beber uma água e lembrar que não tenho culpa. Ninguém que sofre num relacionamento abusivo tem.

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