Como esquecer alguém?

Eu tenho certeza que no auge da dor de um coração partido, você se perguntou isso: como esquecer alguém? E, muito provavelmente, algum amigo ‘chato’ respondeu que era impossível esquecer alguém, mas apenas lembrar sem sofrer.

Eu já me questionei isso, em meio a lágrimas, algumas vezes e sempre respondi que era injusto não conseguir apagar alguém da memória. Lá, no fundo, eu tinha certeza de que conseguiria esquecer, bastava querer com vontade.

Mas sabe o que eu percebi? Os amigos chatos sempre estiveram certos. Esses dias eu estava dirigindo, ouvindo música e cantando a plenos pulmões e me lembrei do meu primeiro namorado. “É tão incrível te ver cantando assim, com o inglês tão certinho. Tenho inveja”.

Foi uma lembrança que veio de forma muito rápida e espontânea. Ué, 10 anos depois do nosso início de namoro, eu não o havia esquecido. Maldito! Dei um sorriso bobo pra mim mesma e segui a direção.

Enquanto seguia o meu caminho, ia pensando no planejamento da semana. Tive um flashback de tudo que aconteceu na vida profissional até os dias de hoje e, de repente, me veio outra frase na cabeça. “Não tem absolutamente nada que você queira, que você não consiga”. É, dessa vez, meu segundo namorado também estava certo.

Essas duas lembranças me deixaram pensativa por aproximadamente 25km. Eu já quis tanto esquecer essas pessoas, fingir que nunca as conheci, mas percebi que isso, REALMENTE, era impossível. Dei um sorriso e pensei novamente: “malditos!”. O que eu escolhi fazer foi ressignificar os relacionamentos, perdoar* os erros e me lembrar apenas das pouquíssimas partes boas. Afinal, nem tudo é horrível, tenho que confessar.

Então, sim, hoje em dia o primeiro teria orgulho de me ver cantando fluentemente em inglês e espanhol e o segundo ficaria de queixo caído ao saber de tudo que conquistei nos últimos anos. A conclusão que cheguei é que daqui uns 50 anos ainda vou me lembrar deles e xingá-los. Afinal, eles fizeram parte da minha história. E não, não quero apagar parte de mim. Malditos!

* Obs: Perdoar não significa querer conviver.